"Quando a cabeça não pensa...

...o corpo (e o bolso) pagam."

Quem me ensinou essa frase foi uma amiga dos meus pais que viajou conosco pela Toscana. Eu modifiquei um pouquinho, adicionando o parêntese. E qual foi o contexto da frase? Senta, que lá vem história...

No início do mês passado, meu marido super atleta (porque todo aluno de doutorado é mega atleta, né?) resolveu participar de um campeonato de futebol.
Poli observando o jogo. Estava friozinho, então ela teve que cobrir a camisa do Brasil com esse casaquinho roxo.

Diz ele que jogava muita bola quando era mais novo, mas desde que estamos juntos (2006), acho que consigo contar nos dedos (das mãos...nem tô incluindo os dedos dos pés) quantas vezes ele jogou futebol...e é claro, eu nunca estive presente nestes "jogos." Dessa vez, eu falei que não achava uma boa idéia ele participar do campeonato e minha sogra também avisou para ele tomar cuidado. Claro que ele ignorou nossos comentários e foi jogar...mas praga de mulher e de mãe é um negócio forte, né?! Não é que ele jogou uns 10 minutinhos, foi derrubado e torceu o joelho?! Aí, lá fomos nós para a emergência do hospital de Evanston...
Sim, eu registro esses momentos humilhantes da vida do meu marido...é para poder mostrar para ele e fazê-lo lembrar, caso ele tenha algum episódio de amnésia seletiva no futuro e queira jogar futebol novamente.

Ficamos umas 2-3 horas no hospital e ele saiu de lá de muletas, com indicação para ir ao ortopedista, mas sem diagnóstico específico...(ADORO burocracia médica americana...)

Fomos no ortopedista, que pediu uma ressonância magnética, que finalmente deu o resultado: marido rompeu o ligamento anterior cruzado (ACL) e arrebentou o menisco do joelho esquerdo. Maravilha, né? O médico falou que era melhor operar o mais rápido possível, mas que, no meio tempo, bastava andar com cuidado, usando um imobilizador no joelho, e nada de correr/pular. Deu para viajarmos tranquilamente para a Itália, mas se vocês repararem, nas fotos, ele sempre está com o imobilizador no joelho.
Marido de cadeira de rodas no aeroporto indo para a Itália. Ele também usou cadeira de rodas em todos os museus e no Vaticano, pois andar devagar, parando para admirar arte, ficando em fila, sem lugar para sentar não era legal no joelho... 

Por sorte, meu tio querido, que é cirurgião ortopedista "joelhista," viajou conosco para a Toscana, e lá o Thiago pode fazer uma consulta com um médico mais "família" (o ortopedista que consultou ele em Evanston não se comunicava muito bem...coisa de médico americano...ele falava olhando para o chão e não para você...isso me irrita tanto...) Enfim, meu tio achou melhor operarmos no Rio, com ele (é óbvio!) e então, hoje a noite, estaremos a caminho do Rio: marido, Poliarquia e eu.
Uma dose de ironia...

É claro que gosto de voltar para casa e matar as saudades, mas não estava nos planos de estudo (nem no orçamento) viajarmos agora no meio do ano, mas, fazer o quê, né? Pelo menos vou poder curtir meus pais mais um pouquinho, ver minha avó, e encontrar alguns amigos. Sem falar que é muito melhor fazer uma cirurgia com o conhecimento, carinho e preocupação do meu tio do que com um médico aleatório nos EUA. O problema será o pós-operatório, já que não sou a pessoa mais paciente e carinhosa para cuidar de pessoas enfermas (na verdade, sou péssima...tenho paciência ZERO!), mas isso é história para outro post... 

Por isso, fica a lição: "Quando a cabeça não pensa, o corpo (e o bolso) pagam."

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