Crônicas da Itália: É preciso ter fé!

Meu marido, como todo bom brasileiro, é católico (bem, acho que hoje em dia a maioria dos brasileiros ainda são católicos, né? Ou será que os evangélicos já passaram da maioria?) Enfim, o que importa é que o Thiago tem fé! Já euzinha, bem, quem me conhece sabe que não sou uma pessoa de fé. Apesar de ter sido batizada (contra minha vontade, ainda bebê, para satisfazer minha avó), fui criada em uma família atéia. Respeito a escolha do outro de ter crença, fé e exercer sua religião, mas eu não acredito na existência de divindades, rejeito religião e não tenho fé. Ou melhor, não tinha fé...porque ir à Roma e atravessar a rua requer que você tenha MUITA fé!

Seguinte: poucas ruas têm sinais para pedestres. A maioria tem faixa de pedestre, mas não é que nem os EUA com placas de "STOP" por todos os lados, e muito menos que nem a Suiça, aonde é só você pensar em atravessar que magicamente todos os carros param (sério, na Suiça, nem era necessário colocar o dedinho do pé na faixa que os carros paravam...coisa de primeiro mundo!)

Em Roma, atravessar é rua é uma aventura! Como dizia no nosso guia de Roma, "A primeira impressão sugere que existe apenas dois tipos de pedestres em Roma: os velozes e os mortos."
Aqui a prova! Tá no livrinho.

Para atravessar a rua, primeiro é necessário ter muita fé, falar um prece para o santinho protetor, e aí, olhar para os carros, se jogar na rua (se esforçando para não fechar os olhos) e torcer para que os carros homícidas parem ou desviem (80% das vezes eles desviavam...). E eu JURO que os carros (e as vespas!) são homícidas. Em Roma, pedestre é que nem sinal amarelo: melhor acelerar para não ter que parar! Eles são tão alucionados, que até o livrinho fala que são homícidas:

Até pegarmos essa manha, ainda no início da viagem, algumas vezes fiz o coitado do Thiago (com o joelho bichado) andar umas 10 quadras até chegarmos ao sinal mais próximo, porque eu tinha pavor de atravessar a rua assim, na coragem! Mas, até o final da viagem, já estávamos (quase) craques e atravessávamos as ruas de peito erguido, na coragem e com fé! 

Aqui um videozinho que encontrei no youtube de um casal atravessando a rua bem em frente ao Il Vittoriano, na maior tranquilidade. Agora, me diz, não dá um nervoso?! (Observação importante: eu não andava com essa calma toda...saia correndo que nem uma louca, porque afinal, se for para ser atropelada, que seja na Riviera francesa por uma Ferrari, não no meio de Roma por um ônibus, né?)

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